sábado, 27 de novembro de 2010

O patriarca e o velho.

O patriarca caído é o velho.

O velho bebe cerveja e mija nas calças.

Rí da própria desgraça.

Rí por que não tem saída, ri sem graça. Enquanto aquelas – e todas somos aquelas por não sermos eles, mesmo sendo dos que tem pintos – ao redor olham com vergonha.

O velho inútil é o patriarca decaído.

O velho não é inútil, acreditou na sua inutilização. Que ele mesmo constrói. O patriarca jogou o jogo do capital.

As regras foram há muito colocadas, empurradas, feitas acreditar. Aceita velho, subjulgue-se às crias, àos jovens, ao novo patriarca que surge. Macho fétido.

A hora de sentir, em doses nada comparáveis, todo o desprezo e invisibilidade que colocou sobre aquelas que te alicerçavam. A ti sobrou conversar com a faxineira, que por anos ignorou. Ao agora invisibilizado sobrou sociabilizar-se com aquela eterna invisibilizada por ti.

Agora, na terceira idade, tem filhxs crescidxs, netxs nascidxs, casa quitada e troca de carro todo ano.

Mas é inútil. É risível. É lastimável.

O invisível incomoda!

É velho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário