domingo, 26 de fevereiro de 2012

são duas janelas.
uma coberta de persianas laranjas, manchadas das tintas que tentaram - e pararam no tentar -melhorar a aparência do quadrado.
a outra..., a outra ambienta-se entra a necessidade, o querer, a repulsa e o arrependimento.
é, está entre muitas coisas.
e o que se destila é ora mera descrição, ora mera masturbação.

-tem jeito pra essa merda, dona lourdes? - grita a Angustia de longe, nos cômodos da criadagem.
-é um demônio, mesmo. - responde.

Para BB

São dois.
Dois liquidos molham minhas fronhas todas nas noites de comiseração, ou seria de solidão?
Opto destilá-las aqui.
Miranda Pristley mal-acabado não tem me feito bem.

quando o sexo adiei, era o sentimento que se tentava adiantar.
engordar é preciso.

lampejos de leoninismo salvacionista (dessa vez de mim mesmo) batem a porta.

não quero nem saber quem morreu, o importante mesmo é chorar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

inveja de você.
sou por deveras sociólogo, você por deveras antropólogo.
por deveras analista, você por deveras poeta.
por demenos romântico, deveras artista.

meu prazer é só um gozo; enquanto tu és capaz de amar.
tão parecidos, alguns diriam; mas diametralmente opostos.
triangularmente opostos.
E o café?
O café quando se derrama na bancada para queimar na pele.
É bom sinal?
O café quando se esparrama pra na coxa queimar.
O que é?

domingo, 29 de maio de 2011

a performance do boicote

no meu quarto me calo.
do sol me escondo.
choro pra mim mesmo.
mas quero é que todos vejam.
é tudo um blefe.
todo esse sofrimento é fingido.
e toda a dor, perfomática.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Foram todos como pequenos anjos.

Bixa-má, coração porta-ódio.
Do teu ódio.
De ti amar.
A tua coragem me seduziu
Meu seduziu teu beijo.
E me seduziu tua falsa esperança.
Que foi minha demanda.
Quanto mais mal de ti falavam, mais amor quis te dar.
Mas sempre será fraco.
Não assumiu que comigo dormiria, e que era comigo que gozarias.

sábado, 27 de novembro de 2010

O patriarca e o velho.

O patriarca caído é o velho.

O velho bebe cerveja e mija nas calças.

Rí da própria desgraça.

Rí por que não tem saída, ri sem graça. Enquanto aquelas – e todas somos aquelas por não sermos eles, mesmo sendo dos que tem pintos – ao redor olham com vergonha.

O velho inútil é o patriarca decaído.

O velho não é inútil, acreditou na sua inutilização. Que ele mesmo constrói. O patriarca jogou o jogo do capital.

As regras foram há muito colocadas, empurradas, feitas acreditar. Aceita velho, subjulgue-se às crias, àos jovens, ao novo patriarca que surge. Macho fétido.

A hora de sentir, em doses nada comparáveis, todo o desprezo e invisibilidade que colocou sobre aquelas que te alicerçavam. A ti sobrou conversar com a faxineira, que por anos ignorou. Ao agora invisibilizado sobrou sociabilizar-se com aquela eterna invisibilizada por ti.

Agora, na terceira idade, tem filhxs crescidxs, netxs nascidxs, casa quitada e troca de carro todo ano.

Mas é inútil. É risível. É lastimável.

O invisível incomoda!

É velho!